sexta-feira, 29 de agosto de 2008

ATITUDES DE MUDANÇA PESSOAL

Atitudes de mudança pessoal
José Manuel MoranTrecho do livro "Mudanças na comunicação pessoal", 2ª ed, Paulinas, 2000, p.184-186
Duas atitudes básicas expressam que estamos mudando significativamente:
Viver em permanente processo de aprendizagem, de antenas ligadas, atentos ao que acontece, curiosos, relacionando cada informação isolada a um contexto maior, onde ela cobre um novo sentido.
Conseguir uma boa integração pessoal em todos os níveis da vida, integração que se expressa em um estado predominante de paz, de entusiasmo pela vida e pelo trabalho, em um bom gerenciamento das nossas idéias, emoções e atividades.
Mudar dentro das nossas possibilidades atuais
É importante agir no nosso ritmo, no ritmo que nos é possível neste momento. Procuraremos estar atentos para aumentá-lo, para decidir, para agir, sem forçar as decisões, aceitando as idas e voltas, as hesitações que aparecem, tentando enfrentá-las e superá-las uma a uma.
Vale a pena começar sempre pelo mais próximo, pelo mais fácil, pelo possível. As práticas na direção libertadora irão facilitando as etapas posteriores. Não vamos pensar em quão comprido vai ser o caminho. Podemos começar a a andar “step by step”, passo a passo, até onde hoje nos seja possível.
É importante buscar pontos de apoio. Procurar grupos que estejam em processos afins. Buscar pessoas em que possamos confiar, que não nos julguem negativamente, que não nos invejem. Podemos também interagir com profissionais da comunicação e da saúde, profissionais que nos ajudem a perceber-nos melhor, a desvendar nossos processos mentais e emocionais. Cada um de nós tem suas crenças, suas formas de expressar sua religiosidade. Se elas nos ajudam, se nos ajudam a perceber mais, a ter mais paz, a comunicar-nos mais com os outros podem ser-nos muitos úteis.
O nosso foco não pode permanecer só no individual, mas estar também direcionado ao comunitário, aos grupos importantes em que participamos. Quanto mais possamos inserir-nos em espaços de ação comunitária, mais cresceremos, aprenderemos, viveremos. Dentro desta perspectiva de integração pessoal e comunitária, encontraremos nas tecnologias parcerias permanentes e criativas para expandir permanentemente nossas inúmeras possibilidades de informação, de comunicação e de ação.
Tomar decisões é fundamental para evoluir, para mudar. Decidir nos assusta. Todas as escolhas implicam em riscos, ganhos e perdas. Nada nos garante que não cometeremos outros erros, que iremos acertar sempre. É importante fortalecer nossa autoestima, continuar dando-nos valor, apoio, incentivo. Se estamos num processo honesto de mudança, encontraremos o melhor momento e a melhor forma de decidir e de agir.
Decidiremos mudar, ao estar convencidos de que uma das opções é melhor que as outras e procuraremos fortalecer-nos nessa decisão, levando-a adiante, se não houver graves sinalizações em contrário no caminho. Quem não decide, não percebe o valor da nova escolha, porque fica de olho também no que vai perder e se apega a roteiros já conhecidos. Alguns querem mudar, sabem que têm que mudar, mas não sabem o que pôr no lugar. Sentem-se tão machucados com perdas passadas, que permanecem paralisados com o receio apavorante de acumular mais uma derrota.
Cada um precisa de tempos diferentes para decidir, para perceber claramente. É um processo que não se deve apressar ou forçar de fora, mesmo que pareça evidente a solução. Podemos informá-lo, dar-lhe nossos parâmetros, nosso apoio, mas não induzi-lo a decidir. Ele saberá quando é o momento dele. E se não souber, continuaremos apoiando-o, até onde nos for possível e ele precisar.
“Non é mai troppo tardi” - Ainda não é muito tarde - era o título de um programa de educação de adultos da RAI, televisão italiana, anos atrás. Ainda não é tarde para aprender a viver, a integrar todas as dimensões da nossa vida: as pessoais, as sociais e as tecnológicas. Vamos estar atentos ao bom gerenciamento das nossas pessoas: do emocional e intelectual, do passado e do presente. Integrar também a nossa inserção mais participativa, engajada em grupos e comunidades. Integrar também todas as tecnologias como potencializadoras da nossa ação pessoal e comunitária. Ampliar a nossa comunicação em quantidade e qualidade, caminhando na direção de maior confiança, abertura, compreensão e autenticidade. Vamos aprender a expandir os nossos círculos de interação, a ampliar nossas redes de comunicação, a torná-las mais participativas, de maior qualidade. Vale a pena ampliar a nossa ação comunicativa pessoal, interpessoal e comunitária: a nossa vida e a de muitas pessoas se transformarão de forma contínua e extremamente enriquecedora.

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