sexta-feira, 15 de agosto de 2008

MUDANÇAS CONTRADITÓRIAS NA COMUNICAÇÃO ATUAL



Mudanças contraditórias na comunicação atual

José Manuel Moran

Professor de Comunicação, Educação e Tecnologias*

Em decorrência das transformações drásticas em todos os campos – do pessoal ao social –, os serviços, o trabalho, o lazer e a educação se modificaram profundamente. Dessa forma, a tendência é a de uma aceleração ainda maior nos próximos anos.

Estamos caminhando rapidamente para uma sociedade muito diferente que, em parte, vislumbramos, mas ainda nos reserva várias surpresas. Será uma sociedade conectada, com possibilidades de comunicação, interação e aprendizagem inimagináveis hoje, embora com imperfeições e contradições. Ou uma sociedade de maior participação direta, que decidirá as principais questões sem tantos intermediários (com mais debates, consultas e referendos on-line).

A aprendizagem será a essência da nova sociedade: aprender a conhecer, sentir, comunicar-se e equilibrar o individual e o social. A informação estará disponível, e as formas de aprender e de organizar o ensino serão muito variadas.

As cidades se conectam, transformando-se progressivamente em cidades digitais; os serviços, o lazer e a aprendizagem se virtualizam. Pesquisar qualquer assunto em grandes portais de busca ou base de dados será banal. A maior parte das pessoas estará conectada nos próximos anos às redes digitais por celulares, computadores portáteis e TVs digitais interativas, com utilização muito divergente e contraditória, mas as possibilidades de interação serão sempre crescentes.

Os processos de comunicação implantados serão profundamente diferentes dos atuais. Estaremos permanentemente interconectados através de imagem e som e poderemos interagir quando o acharmos conveniente. Mas as tecnologias evoluem muito mais rapidamente do que a sociedade e sua cultura.

A cultura implica padrões, repetição, consolidação. A cultura comunicacional e educacional, também. As tecnologias permitem mudanças profundas já, hoje, que praticamente permanecem inexploradas pela inércia da cultura tradicional, pelo medo, pelos valores consolidados. Por isso sempre haverá um distanciamento entre as possibilidades e a realidade.

O brasileiro é um povo, em geral, acolhedor e aberto. Ao mesmo tempo, pela mentalidade dos que querem levar vantagem e da falta de punição real para os poderosos, aumenta a desconfiança de tudo e de todos, o que esgarça as relações sociais. O individualismo prevalece sobre o sentimento de solidariedade. Pesquisas mostram que o brasileiro é um dos povos mais desconfiados do mundo, que menos acredita nas saídas sociais, institucionais, embora seja generoso em momentos de crises e diante de grandes tragédias.

Os países se agrupam em blocos comerciais e políticos e, ao mesmo tempo, continuam as guerras, o terrorismo e a destruição ecológica do planeta. Aos avanços da ciência se contrapõem a ganância da indústria dos remédios, da beleza, das drogas, da venda de armas, da exploração infantil.

O ser humano avança com várias contradições, bem mais devagar que os costumes, hábitos e valores. Intelectualmente também avançamos muito mais do que na prática. Há sempre um distanciamento grande entre o desejo e a ação, entre a vontade de mudar e as decisões concretas. Nunca tivemos tantos bens para consumir, gratificar-nos, entreter-nos e aprender, nem tantas tecnologias para comunicar-nos, viajar virtualmente e informar-nos.

Ao mesmo tempo, continuamos a ser uma sociedade dividida, desigual, com uma minoria tendo acesso fácil a todos os bens, enquanto uma parte significativa da população se esforça muito para garantir um nível mínimo de sobrevivênciam, sem citar o um número elevadíssimo de marginalizados (excluídos), que mal conseguem sobreviver.

A abundância de oportunidades não é igual para todos. Os bens econômicos e culturais estão distantes de uma parcela significativa da população. Muitas pessoas ainda são dependentes de modelos de vida determinados pelos pais, pela religião e pela cultura local tradicional. Apesar de tudo, está se construindo uma outra sociedade, que, em pouco tempo, será muito diferente da que temos atualmente.

A sociedade aprenderá de múltiplas formas, em diferentes tempos e espaços, tanto os oficiais como os informais; na escola, na cidade e no mund;, com mestres e com colega;, com tecnologias simples e com tecnologias avançada;, através do contato físico ou da comunicação em rede.

Aprendemos com os grupos que nos interessam, presencial e virtualmente. Formamos comunidades de interesses que se apóiam a distância e que quebram a hegemonia dos controles e mídias tradicionais. Pierre Lévy defende que uma comunidade virtual, convenientemente organizada, representa uma importante riqueza no conhecimento distribuído e na capacidade de ação colaborativa.[1]

Existem muitas comunidades de aprendizagem, de lazer e de negócios, que abrangem todos os interesses possíveis. O espaço virtual ou ciberespaço amplia em todas as direções tudo que já conhecíamos e realizávamos, potencializado pelas possibilidades que a interação a distância em tempo real traz pela primeira vez na história. Nesse espaço, convivem vários grupos que contribuem para melhorar a sociedade em alguma área e outros que exploram todas suas mazelas e fraquezas, aumentando as tensões e contradições existentes.


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* Trecho do livro Desafios na Comunicação Pessoal. São Paulo: Paulinas, 2007. p.7-10.





quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O QUE É SER BRASILEIRO?

O que é ser brasileiro?

Written by Francisco Pontes de Miranda Ferreira

Uma leitura da obra de Darcy Ribeiro

O que significa ser brasileiro e o que é o Brasil no mundo de hoje? Somos um povo ainda na busca de um destino e uma identidade? Essas são algumas perguntas muito bem questionadas e respondidas na obra prima de Darcy Ribeiro: “O Povo Brasileiro: a formação e o sentido do Brasil”, livro editado pela Companhia das Letras em 1995 em São Paulo. Trata-se da última grande obra deste importante pensador brasileiro. Um trabalho extremamente maduro e realizado com confiança e determinação. Somos um povo que teve sempre suas aspirações jamais levadas em conta em nome dos interesses da prosperidade empresarial exportadora. Um povo que teve como base uma força de trabalho afundada no atraso e na pobreza. Nossos povos tribais sofreram um enorme genocídio e os negros escravos uma das piores condições de vida já existentes. No entanto, surpreendentemente, essa massa de negros, mulatos e caboclos criou a etnia brasileira, um dos povos mais criativos do mundo. Temos ao mesmo tempo ingredientes de anarquia, bondade e indisciplina com tirania e autoritarismo. Apesar de todas as fusões de matrizes somos um dos povos mais homogêneos lingüística e culturalmente da Terra. De acordo com Darcy Ribeiro, somos uma “nova Roma. Uma Roma tardia e tropical” e nosso destino é a unificação com as nações latino-americanas.

O autor afirma que o Brasil é resultado do entrechoque do invasor português com índios silvícolas e africanos altamente massacrados e escravizados. O resultado foi a criação de um povo novo: mestiçado e sincrético. O Brasil é também, segundo Darcy, novo também pela alegria, apesar de tanto sofrimento. Mas, de velho temos o sentido de servir aos interesses econômicos externos e a reprodução da miséria, pobreza e violência. Nossa singularidade está na absorção do negro e do indígena em todos os aspectos de nosso cotidiano. Além disso, recebemos ingredientes do árabe, japonês, alemão, italianos e muitos outros. Darcy divide o Brasil em macro-regiões sócio-culturais importantes: sertanejos (predominantes no Nordeste), caboclos (predominantes na Amazônia), crioulos (predominantes no litoral), caipiras (predominantes no Sudeste e Centro-Oeste), gaúchos (predominantes no Sul) e os imigrantes europeus e japoneses que predominam no Sul e em São Paulo. O livro trabalha detalhadamente as características de cada tipo e suas formas de integração. O autor ressalta alguns elementos importantes em nossa formação como os diversos processos violentos e de repressão presentes na história do Brasil. Destaca, entretanto, que tanto os índios como os negros sempre lutaram e resistiram contra o domínio e foram fortemente reprimidos.
Leia mais...: http://www.jornalpoiesis.com/mambo/index.php?option=com_content&task=view&id=216&Itemid=45

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

EQUILIBRANDO ADAPTAÇÃO E MUDANÇA



Equilibrando adaptação e mudança


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José Manuel Moran

Texto complementar do livro Aprendendo a viver.

3ª ed. São Paulo. Paulinas, 2002.


Vivemos efetuando contínuas e diferentes escolhas:

Umas nos levam a adaptar-nos melhor ao ambiente, às pessoas, aos grupos, às organizações

Outras nos impulsionam a mudar, a inovar, a experimentar caminhos diferentes.

Saber adaptar-nos ocupa a maior parte do nosso tempo e é fundamental

Para conviver melhor

Ser bem aceitos, queridos

Sentir segurança pessoal, afetiva e profissional.

Saber mudar é também extremamente importante

Para fazer escolhas melhores

Para realizar-nos mais pessoal, afetiva e profissionalmente

Para encontrar nossa identidade, nosso lugar, nosso espaço diferenciado.

Há etapas em que predomina a adaptação - quando chegamos a um novo ambiente, a uma cidade, quando começamos um novo trabalho, queremos manter um relacionamento afetivo

E há outras etapas que favorecem a mudança – diante de crises, de fracassos, de insatisfações profundas, de acenos de novas oportunidades.

Equilibrar adaptação e mudança é fundamental.

A adaptação nos integra a ambientes, grupos, pessoas (buscamos padrões, modelos socialmente valorizados)

A mudança nos impulsa para novas etapas de conhecimento e realização (buscamos o novo, o diferencial)

Muitas pessoas são especialistas em adaptação - sempre estão fazendo média, agradando os demais, equilibrando-se nas dificuldades. Sabem adaptar-se, sobreviver em diferentes ambientes e situações. Realmente sobrevivem, mas crescem pouco. Como escrevem Millôr Fernandes: "quem só se adapta, vira plágio". Por outro lado, quem muda se torna original.

Há momentos em que temos que romper, ir para outro lugar, mudar de idéias, de profissão, de ambiente, de parceiro e assumir novos riscos, novos desafios.

Nesse equilíbrio entre integração e mudança é que vamos evoluindo, aprendendo. Cada um faz seu próprio percurso, segue sua receita.

É importante ver se estamos acomodados demais, se só nos adaptamos e esquecemos das mudanças possíveis, mesmo que sejam aparentemente diminutas.

De pequenas em pequenas mudanças, podemos chegar a enfrentar e superar novos desafios, pessoais, grupais e organizacionais.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

GUIA GEOGRÁFICO - BRASIL


GUIA GEOGRÁFICO – BRASIL

Com toda a sua riqueza cultural e natural, o Brasil dispensa adjetivos. É o nosso País. Muita praia. Muito verde. Muita música e criatividade. O Brasil é, também, uma nação com muitos problemas sociais a serem resolvidos.

Conheça a História e a Geografia do nosso País.

Faça uma passeio pelo Brasil acessando: http://www.brasil-turismo.com/