sábado, 9 de agosto de 2008

SER PAI

Ser Pai
Oswaldo dos Santos Araujo
Ser pai é mais do que parece...

Esta é quase que uma estréia escrevendo artigos, mas como amanhã é dia dos pais, vou começar por aqui. Tenho certeza que meus filhos vão se lembrar disso com carinho quando eles também tiverem seus filhos. E também pelo motivo da importância que o tema ganha nos dias de hoje.

Ser pai é mais do que gerar um filho, mais do que transmitir seus genes para a posteridade, antes é uma missão, a missão de ensinar seus filhos a serem melhores, e melhores que nós mesmos. Fazer um mundo melhor, mais humano, mais justo. Cada atitude é mais do que um simples falar, é uma lição de vida, de carinho e de amor.

Ser pai começa antes de gerarmos um filho, é uma vocação que nasce conosco, nas atitudes da vida inteira construimos ser pai, e o pai pode ser até quem não é pai, propriamente dito. Tem pai que é pai por criar os filhos dos outros ou cuidar de uma comunidade como um verdadeiro pai. Quem tem a vocação de pai, pode ser padre, pode não ser pai natural, mas ele será pai, alguns vão adotar filhos, outros vão orientar outros e quem não o fizer, vai negar a si mesmo. Quem tiver esta vocação e deixa-la crescer dentro de si, vai ser pai de uma maneira ou de outra.

Ser pai é um compromisso, que nasce na promessa do casamento, na promessa de educar um filho na fé. Como é bonito ver quem se deu o direito e assumiu o dever de ser pai. Compromisso que nunca mais o vai deixar, nem de dia e nem de noite, dele depende a vida de outro, um ser tão indefeso e dependente que ninguém mais pode fazer mais por ele.

Ser pai é dar muito valor à mãe dos seus filhos, não poderíamos ser pais sem as mães, a mãe é tão importante que Deus quando trouxe o seu próprio Filho, pediu a ajuda de uma mulher para poder gera-lo. É lembrar de suas dores e seu esforço durante nove meses e importante lembrar seu amor pelos filhos, seu cuidado constante sobre os filhos, que não descansa dia e noite

Ser pai é ser um exemplo, dar limites claros aos filhos, ser em tudo, mais em atitudes e gestos do que em palavras. Saber que se dizemos não para um filho é para educa-lo, para torna-lo melhor, é dizer um não com amor e quando dizemos sim mostramos o caminho a seguir. Um sim pode custar mais para nós em esforço e em sacrifício que um não.

Ser pai é ser a favor da vida, ter coragem e esperança acima do pessimismo, da cultura que nos empurra para nossas carreiras profissionais, para sermos egoístas e considerarmos filhos com um estorvo, e é ainda sobretudo deixar a vida brotar em nós. É ser absolutamente contra o aborto, que nada mais é do que o assassinato de inocentes, apesar de tanta gente que se intitula religioso, mas é contra a vida. É deixar o egoísmo e continuarmos a criação de Deus sem querermos controla-las por meio da ciência, que tem muitos e muitos métodos anticoncepcionais artificiais, alguns abortivos e que ainda promovem a falsa visão de que são infalíveis e completamente seguros e alguns que ainda prometem evitar doenças. A consequência é a morte e invalidez de mulheres pelo uso de anticoncepcionais que as vezes causam AVC's, a ainda a disseminação das DST's como a AIDS.

Ser pai é estar presente, ser presente, custe o que custar: dinheiro, esforço, tempo. Não interessa como, precisamos participar da vida dos filhos, sem isto é impossível ser pai. Estar lá quando necessário é o mais importante para os filhos, é assim que eles sabem que nós os amamos. É não deixar que nada neste mundo possa nos separar.Ser pai é melhor na família. Ser pai é melhor sendo fiel. Ser pai é melhor quando tem pai, mãe e família, harmonia, união e amor.

Ser pai é melhor com amor antes, durante e depois. Ser pai é uma graça de Deus, um presente de Deus, não tem nada igual, é a maior aventura da minha vida, o maior empreendimento, a maior responsabilidade e a maior alegria. É o que desejo aos meus melhores amigos.Aos nossos pais que nos permitiram colher onde não semeamos, nosso agradecimento, lembrança e amor. Ao meu pai, meus avôs, meu sogro meu especial obrigado, seus exemplos e histórias nos ajudaram a ser o que somos. E a eles meu maior presente seja que espelhando-me em suas histórias, experiências, acertos e equívocos, mantenho o compromisso que no fundo todo mundo quer, ser ainda melhor que eles, por incrível que pareça.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

A VIDA COMO CONSTRUÇÃO


A vida como construção


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José Manuel Moran

Texto complementar ao meu livro Aprendendo a viver. 3ª ed. São Paulo:Paulinas, 2002


Construímos a vida sobre fundamentos autênticos ou falsos.

As construções em falso são como andaimes ou contrapesos que colocamos para segurar uma parte do prédio que ameaça vir abaixo, ruir.

Procuramos esconder – até de nós mesmos - o lado negativo, o que anos incomoda, o que não gostamos.

Quanto mais muros de contenção, duplas paredes, contrafortes criamos, quanto mais estruturas paralelas levantamos, menos evoluímos a longo prazo, menos nos realizamos.

As pessoas podem criar obras incríveis, maravilhosas em qualquer setor e, mesmo assim, girar em falso, estarem construindo superestruturas paralelas.

Se o que nos leva a realizar coisas é a necessidade de reconhecimento, de aceitação, de ser queridos, o foco está distorcido e poderemos estar agindo a vida toda em falso.

Se eu preciso necessariamente da aprovação de alguém para sentir-me bem, na mesma medida deixo de aceitar-me, de gostar-me, de integrar-me. Eu me volto na direção do outro, o coloco como eixo e começo a girar em falso. E quanto mais insisto nesse padrão e direção, mais me afasto do meu centro, mais energia preciso gastar, mais peso e superestrutura acumular. Posso ser reconhecido como pessoa importante e não evoluir nem ser feliz.

Creio que a grande maioria das pessoas se agita muito, faz mil atividades, mas não foca o essencial. Chega quase lá, mas lhe falta a atitude de total sinceridade consigo, de permitir-se o desvendamento de tudo o que é e carrega consigo. Espera a sua realização dos outros, de ser reconhecido por eles.

Hoje dá-se muita importância às profissões de divulgação, de marketing, que propiciam ser vistos, reconhecidos como as de modelo, ator, esportista, aparecer na televisão...). Muitos procuram desesperadamente ser vistos, ser entrevistados, aparecer em colunas de revistas, jornais, na TV. Em si isso é válido, mas a atitude de dependência pode atrapalhar. Precisam de reconhecimento social como condição fundamental para sentir-se bem. São felizes se e quando aparecem, quando são solicitados, quando estão em evidência.

É bom ser chamado, mas não posso depender disso, nem sentir-me infeliz se me esquecem. Não posso focar minha vida em função do reconhecimento público. Se vier, ótimo, o aceitarei com prazer, mas não estarei ansioso pelo sucesso, pela aprovação, pelo reconhecimento social. Continuarei minha vida focando a aceitação, a mudança possível e a interação tranqüila com as pessoas e atividades que em cada etapa possuam significado e que me ajudem a crescer.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

APRENDENDO A CONSTRUIR NOSSA IDENTIDADE


Aprendendo a construir nossa identidade


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José Manuel Moran

Texto complementar ao meu livro Aprendendo a viver. 3ª ed. São Paulo:Paulinas, 2002




Cada um de nós vai construindo sua identidade

com pontos de apoio que considera fundamentais

e que definem as suas escolhas.

Cada um tem uma forma peculiar de ver o mundo,

de enfrentar situações inesperadas.

Filtramos tudo a partir de nossas lentes,

experiências, personalidade,

formas de perceber, sentir e avaliar a nós mesmos e aos outros.

Uns precisam viver em um ambiente super-organizado

e não conseguem produzir se houver desordem,

enquanto outros não dão a mínima para a bagunça ou fazem dela um hábito.

Uns precisam de muita antecedência para realizar uma tarefa,

enquanto outros só produzem sob a pressão do último momento.

Na construção da nossa identidade é importante como nos vemos,

como nos sentimos, como nos situamos em relação aos outros.

Muitos fomos educados para depender da aprovação dos demais,

fazemos as coisas pensando mais em agradar os outros

do que no que realmente desejamos.

Todos experimentamos inúmeras formas de comparação,

ficamos em segundo plano, fomos deixados de lado,

sofremos todo tipo de perdas

e isso interfere na nossa auto-imagem.

Sempre nos colocam modelos inatingíveis de beleza,

de riqueza, de sucesso, de realização afetiva.

É intensa a pressão social para que nos sintamos infelizes,

diminuídos em alguns pontos ou para que nos contentemos com pouco.

Muitos permanecem imobilizados pelo medo do julgamento alheio, pelo medo de falhar.

Vivem para fora, para serem queridos, aceitos.

E sem essa aceitação se sentem mal, se escondem fisicamente

ou através de formas de comunicar-se pouco autênticas,

desenvolvendo papéis para consumo externo.

Internamente – mesmo quando aparentemente o negamos –

temos consciência de que somos frágeis, contraditórios,

inconstantes e, em alguns campos, inferiores a outros.

A grande questão é que, intimamente,

muitos não se gostam de verdade,

não se aceitam plenamente como são,

duvidam do seu valor, tentam justificar seus problemas,

procuram formas de compensação, de aprovação.

Boa parte dos nossos descaminhos,

das nossas dificuldades, perdas e problemas

advém do medo de sermos felizes,

de acreditar no nosso potencial.

Ficamos marcando passo por sentir-nos inseguros,

por incorporar tantas injunções negativas,

acomodadoras, medíocres.

Essa construção da nossa identidade que fomos realizando tão penosamente não a podemos modificar magicamente.

Podemos, contudo, aprender a ir modificando

alguns processos de percepção, emoção e ação.

É importante reconhecer nossas qualidades,

valorizá-las, destacá-las

e buscar formas de colocá-las em prática,

escolhendo situações em que elas sejam mais testadas e necessárias.

Estar atentos ao que acontece e ir antecipando-nos,

prevendo, testando, avaliando.

Somos chamados a realizar grandes vôos.

Podemos ir muito além de onde estamos e de onde imaginamos

e de onde os outros nos percebem.

Podemos modificar nossa percepção,

aprendendo a aceitar-nos e a gostar plenamente de nós,

a aceitar-nos plenamente, intimamente como somos,

sem comparações nem desvalorizações,

quando ninguém nos vê,

quando não temos que representar para alguém

e ir adiante, no nosso ritmo, acreditando no nosso potencial.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

APRENDENDO A MUDAR




Aprendendo a mudar


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José Manuel Moran

Texto complementar do Aprendendo a viver. 3ª ed. São Paulo,Paulinas, 2002

jmmoran@usp.br

A sociedade nos padroniza, abaixa nossas expectativas, nos mediocriza, nos induz a contentar-nos com pouco, com a exterioridade, com as aparências, com a superficialidade das coisas. Na sociedade é mais importante parecer do que ser, fingir do que mostrar-se verdadeiramente.
A sociedade privilegia certos modelos de realização, de sucesso e os identifica com "glamour", poder, aparição freqüente na mídia, riqueza, status. Os modelos sociais nos mostram aspirações bem setorizadas, com objetivos bem definidos: busca da estabilidade financeira, de uma relação estável, de constituir e manter uma família, de desenvolver uma atividade econômica regular...
E não nos mostram muitas pessoas que vão além desses modelos, que acreditam em mudanças mais profundas, que expressam paz, realização e evolução constantes. Essas pessoas , não procuram aparecer, não fazem barulho nem desejam o poder.

A sociedade nos mostra a acomodação nas expectativas de realização das pessoas e isso interfere profundamente nas nossas próprias expectativas.
Por que aspirar a mais? Por que não contentar-se com a "normalidade"? - nos dizem direta e indiretamente. Faltam-nos ver, conhecer pessoas realizadas como um todo e que vivenciam mudanças na sua forma de ver, de sentir e de comunicar-se.

Mudamos pouco, porque acreditamos que não podemos ir muito além de onde chegamos até agora, porque tudo nos puxa para "a média", para a "normalidade", para a imitação dos que vivem perto de nós.
Tudo conspira contra a mudança e favorece a acomodação. Mudar mais profundamente significa ir contra a corrente, ter que justificar o por que nos esforçamos mais, por que escolhemos caminhos diferentes.
Todos temos muitas possibilidades que deixamos de lado. Acreditamos que não vale a pena ir além, que a "vida é assim mesmo", que o normal é isso, que já sabemos o suficiente para continuar agindo.


É importante aprender a quebrar as rotinas, os padrões, para buscar novas dimensões, desafios, percepções. É possível e vale a pena ir além de onde estamos, acreditar e estar abertos para tudo o que nos rodeia, de antenas ligas para com tudo o que pode ajudar-nos a crescer. Sempre podemos mudar, sempre vale a pena tentá-lo. Quantos mais passos dermos na direção da mudança, novos caminhos se abrirão e isso nos recolocará sempre novas questões e desafios, nos levará a novas pessoas, atividades, atitudes.


Somente depois de algum tempo - às vezes anos - ao olharmos para trás conseguimos perceber o quanto mudamos, como em muitos pontos já vamos sendo diferentes e que, mesmo ainda experimentando muitas dificuldades, já não vale a pena voltar atrás, já somos diferentes para sempre.


A realização profunda se dá na aceitação e na mudança. Em acreditar que sempre podemos ir além de onde estamos, de que podemos progredir, encontrar nosso eixo, a paz interior; de que somos chamados a voar e não a rastejar, a ir sempre além e não a desistir de viver...

terça-feira, 5 de agosto de 2008

VOCÊ ME FAZ COMPANHIA????

Olá!!!
Você me faz companhia??

Nós enviamos mensagens...imagens.......vídeos....., mas não paramos para conversar...para pensar.....refletir.....acho até que fugimos.......rsss

Então........ você me faz companhia??????



QUEM SOU EU? QUEM É VOCÊ?


Quem sou eu?
Bom eu andei pensando e acho que tenho que perguntar, quem eu fui, quem eu sou e quem eu serei!
Por que quando somos crianças (quando eu fui pelo menos), somos "seres" mágicos, tudo o que fazemos e imaginamos é fantástico, comer um biscoito de chocolate, tomar um sorvete, passear e brincar na escola. Vivemos temporariamente na "Terra do Nunca", somos todos Peter´s, claro que tem que ter o apoio de nossos pais, para ajudar a criar a atmosfera necessária.

Depois passamos para a adolescência, então tudo é "festa", as amizades se tornam concretas e eternas, os amores são "complexos".Sentimos diariamente o "friozinho na barriga", com coisas pequenas, viagens novas, novos paqueras, novas escolas, o vestibular, a tão sonhada ingressão na faculdade, mais amigos, mais amores.

Na vida adulta, é a fase mais difícil de se passar (na minha opinião), tudo se torna realmente concreto, no caso cinza! Chegam as contas a se pagar, os problemas que muitas vezes aumentamos para resolver, os filhos para criar, temos que dar satisfação ao marido, ao chefe, trânsito, pressa, tudo correria e stress, eu ainda não aprendi a ver com bons olhos a vida adulta e então é que eu faço a pergunta, quem sou eu? Hoje? Não sei definir, sei te dizer quem eu fui, com certeza (e fui muito muito feliz). Também posso dizer quem quero ser, mas fica muito indefinido quando não sabemos o momento que estamos vivendo. Você sabe se auto-definir? Não é extremamente difícil essa auto-analise?

Quem sabe quando eu estiver com certeza do que eu virei eu te diga. E você sabe dizer quem foi e quem é, até quem vai ser? O importante é sempre estar feliz e de bom humor, e com certeza sermos otimistas!




Quem sou eu

Eu sou quem sou,
sou como sou
sou um ser humano
como muitos são
com uma personalidade diferente e quase sempre
com razão.
Percorro caminhos longinquos
aqueles que o destino
me reserva, adorava que
fosse tudo mais fácil para
não ter grande perda.
Confesso-me também
forte por fora na minha
aparência, fraco por dentro,
mas com pacência.
Adorava poder escolher
os caminhos por onde ir,
a vida que poderei levar certa,
perfeita e sem razões para me matar.


Há dias em que acordamos e sentimos que fazemos parte do universo,noutros é totalmento o inverso, questionamos a razão da nossa existência...

a nossa mente é poderosa,tanto pode transformar algo insignificante na coisa mais bela,como pode transformar a coisa mais bela em algo insignificante...a mente assim o decide!

Quando me olho no espelho , o que é que vejo?Não sei...uma mulhar feliz...por vezes infeliz,outras vezes, confusa...e no final de contas...QUEM SOU EU?

Eu sou alguem que quer ser feliz...que quer ver aqueles que gosta felizes,eu sou aquela que sofre por não poder ser melhor...sou aquela que queria ser melhor....!E no final de contas continuo sem saber quem sou eu...eu que sou filha, irmã,mulher e mãe...!

Quem sou eu?Serei alguem de bem?Tem dias...não sou perfeita...sei que posso ser a criatura mais doce...ou então ser alguem que magoa...e que depois lamenta...mas depois já é tarde de mais...!

Sou filha...adoro os meus pais...temo tanto por eles...amo o meu irmão...é o meu caçula...amo o meu marido...com desavenças e tudo o mais ,mas amamo-nos , eu sei...e por último e mais importante...amo a minha filha...o meu rebento, o meu tesouro...e para melhor definir...a minha vida!

Por isso olhando o reflexo de mim...eu sou....isto e muito mais ...a minha família é enorme...e eu amo cada um deles de maneira diferente...!

No final de contas...eu sou alguem que nunca teve coragem de dizer cara-a-cara que amo cada um deles...eu sei que eles sabem...eu não digo...mas demonstro...mas gostaria de ter a coragem de exprimir tudo o que sinto...aliás houve alguem que me disse um dia..."porque é que nunca o dizes e só o escreves...di-lo!)

A mente diz...mas a boca não fala!



SOU EU

http://www.bethynha.com.br/sou-eu.htm


QUEM SOU EU?

http://ruben.zevallos.com.br/2007/9/13/Pagina2999.htm

QUEM SOU EU???

http://adrianomelo.com/blog/quem-sou-eu/


MEU ESPAÇO:

http://sol3462.spaces.live.com/photos/

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

APRENDENDO A NOS CONHECER


Aprendendo a nos conhecer


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José Manuel Moran

Texto complementar do livro Aprendendo a viver. 3ª ed.

São Paulo,Paulinas, 2002.


Cada um de nós tem uma forma peculiar de ver o mundo,

de lidar com as novidades,

de reagir a situações complicadas.

Filtramos o mundo a partir de nossas lentes,

experiências, personalidade,

formas de perceber, sentir e avaliar a nós mesmos e aos outros.

Diante de situações idênticas uns sentem-se calmos e outros se apavoram
Os fracassos afundam a uns e estimulam a outros
Enfrentar um novo desafio assusta a muitos e motiva a outros
A perspectiva de um novo relacionamento fascina a alguns e apavora outros.
Os acontecimentos não são o mais importante,

e sim a forma como os encaramos,

os filtros que colocamos,

o significado que lhes atribuímos.

É importante mapear nossa percepção:

como somos, como agimos,

como reagimos diante de diversas situações;

o que fazemos bem, facilmente e o que nos custa;

quais são os nossos dons, os nossos talentos

e quais são os nossos defeitos, problemas.

É importante reconhecer nossas qualidades, valorizá-las, destacá-las.

Encontrar formas de colocá-las em prática,

escolher situações em que elas sejam mais exigidas, necessárias.

Por outro lado, reconhecer nossos defeitos, medos, dificuldades.

Aceitá-los como nossos.

Tentar ir aprendendo a diminuí-los,

a que não nos pesem tanto, a neutralizá-los.

A ênfase será nas qualidades, nos nossos talentos,

mas eles serão mais realçados se nossos defeitos diminuem,

se não nos atrapalham tanto.

É importante ir equilibrando o que temos de melhor

com a diminuição do que nos pesa, do que nos complica.

Nunca seremos perfeitos nem vale a pena tentá-lo.

Podemos encontrar nosso caminho, sendo o que somos,

destacando o melhor que temos,

aceitando o que nos dificulta

e procurando equilibrar, aprender a lidar melhor com o que nos complica.

Assim progrediremos mais,

avançaremos mais,

nos realizaremos mais.

domingo, 3 de agosto de 2008

APRENDENDO A REALIZAR-NOS


Aprendendo a realizar-nos
Da negação à integração


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José Manuel Moran

Texto complementar ao livro Aprendendo a viver. 3ª ed. São Paulo,Paulinas, 2002


Desde pequenos descobrimos o sofrimento, a dor, a inveja, a raiva dentro e fora de nós.

Costumamos, num primeiro momento, tentar negar o que sentimos. Ocultar o lado escuro, complicado da nossa personalidade, da nossa vida; os desejos proibidos, os sentimentos de vingança, raiva, ódio... mesmo contra pessoas queridas.

Em outros momentos, buscamos "bodes expiatórios" - os culpados pelos nossos "males". Pensamos que estão fora de nós, que os outros nos incomodam, nos perseguem, nos fazem sofrer. Achamos que nossos problemas são causados pelos demais. Muitos nos incomodam.

Também costumamos mergulhar no imaginário, nas estórias, na fantasia, nos esportes de massas, nos filmes, onde "sofremos e nos vingamos", torcemos e nos projetamos. Somos heróis ou vilões em horários marcados. Nos projetamos nos triunfos dos outros e nos identificamos com os tropeços dos que se parecem conosco. Preferimos sofrer para depois triunfar (ou participar do triunfo dos outros). Também fazemos comparações com colegas. Admiramos a alguns (que colocamos no pedestal, como modelos) e desprezamos ou rejeitamos outros (eles mexem, nos incomodam).

Muitos permanecem nesse processo de culpar os demais, de mergulhar cada vez mais no imaginário e não modificam substancialmente as suas vidas. Estão sempre fora do seu eixo, voltados para fora. Suas vidas são seqüências de buscas de pretextos, de culpados, de fugas para o imaginário, de dependências de modelos que admiram, invejam ou se submetem ("preciso de você", "sem você não sei viver...")

Outros, em algum momentos de suas vidas, em etapas de crise ou grave insatisfação, começam a aceitar o que vão percebendo, a aceitar-se como vão se vendo, o que vão sentindo, as contradições que aparecem. Observam o que acontece, mas tentam não culpar automaticamente os demais, nem também culpar a si mesmos. Aprendem a gostar de si, a olhar menos para modelos externos e a "fantasiar" menos.

Vão aprendendo a colocar-se metas menos insuportáveis, a viver mais o dia-a-dia, a gostar das pequenas coisas, a dialogar com os outros observando também suas qualidades e não só seus defeitos.

Aos poucos vão aprendendo a acalmar-se, a dar-se valor, a perceber e não negar, a tentar ir modificando-se no que lhes for possível em cada momento. Vão aprendendo a integrar tudo: o passado e o presente, o trabalho e o lazer, a realidade e a ficção. Começam a olhar os outros com novas perspectivas, sentem mais "compreensão" e menos rigidez nas suas idéias, avaliações e atitudes.

Com o passar do tempo, persistindo nessa atitude de aceitação profunda e mudança possível, vão se modificando muito mais do que imaginavam, encontrando uma paz interior autêntica. Vão tendo força para tomar decisões no campo afetivo, profissional. Abrem-se a novos projetos, possibilidades, desafios. Estão caminhando num processo de integração cada vez mais pleno do sensorial, emocional, do intelectual, ético e transcendental. Vão sentindo-se mais realizados e aprendem com cada situação que se lhes apresenta.

Muita gente lê muito, estuda anos, mas permanece na seqüência fechada de culpa-fuga-projeção, encontrando só momentos pontuais de prazer, contrabalançados com intensa ansiedade e insatisfação.

Algumas pessoas rompem o círculo das dependências, enfrentam as mudanças a partir de uma nova atitude de aceitação profunda e atenção às suas possibilidades de mudança. Estas pessoas estão realmente aprendendo a viver.